Emely
Hoje me bateu uma saudade da minha infância, passaram vários momentos que eu vivi e tudo o que eu gostava de fazer... Nunca tive aquela vontade de crescer como várias crianças tinham, eu adorava ser paparicada. Ser a queridinha da família, eu não entendia o que era a perda, a morte, a violência, eu não entendia o que era o Estado e me sentia muito bem com isso, vivia muito bem sem saber disso. Quando os anos vão passando e você vai tomando a postura de adulta você perde nisso tudo a essência da felicidade, você perde momentos simples que você se divertia para dar lugar a preocupações, a deveres e obrigações.

Lembro-me como eu adorava deitar e colocar o ouvido encostado no peito dos meus irmãos da minha mãe só para ouvir a batida do coração de cada um, pode parecer estranho, mas é o som que eu mais gosto, é o que me acalma e o que me traz força para continuar. Hoje em dia o tempo me afastou muito da minha família, cada um foi para um lado, cada um tem suas obrigações e trabalho, hoje em dia eu não sei mais qual é a batida do coração dos meus irmãos... Hoje em dia eu não sei mais o que é sentar na área de casa e sentir a chuva cair nos meus ombros sem preocupação, não sei mais o que é chorar de tanto rir com o hello yellow do Eliéser ou com as zuações básicas do Ernane...

Ninguém é culpado das mudanças que ocorrem na vida, quando crescemos temos que abrir mão de muitas coisas e viver na mesmice chata que é a fase adulta, ela lhe priva do tempo que você tinha para apreciar as coisas mais simples da vida.

A vida é linda? Sim, ela é linda, mas ela sabe ser cruel.
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